O artigo tem como objetivo desvelar o processo de produção do espaço na Orla do Rio Guaíba na cidade de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul - Brasil. O estudo se posiciona no campo dos Estudos Críticos Urbanos e tem como repertório fundamental o pensamento marxista a partir da obra de Henri Lefebvre. A análise dos dados se dá a partir dos conceitos de totalidade, realidade e alienação em conjunto com a tríade da produção do espaço que proporciona um movimento trialético entre o espaço concebido (dos técnicos, arquitetos e urbanistas), o espaço percebido (a prática espacial), com o espaço vivido (os espaços de dominação e/ou de transformação). O argumento passa pela associação da ação do mercado imobiliário em relação a fundos de investimentos, a imagem da cidade via marketing urbano e do empreendedorismo urbano com a inovação tecnológica e a criação de espaços de consumo de lazer que operam na valorização do valor do espaço urbano construído. Ainda assim, grupos insurgentes por meio de ocupações e movimentos sociais se colocam no processo visando uma produção social do espaço urbano, ante a produção capitalista neoliberal.
Palabras clave:
Empreededorismo urbano, financeirizaçao, projetos urbanos, produçao do espaço, Porto Alegre
Misoczky de Oliveira, C. (2020). A produção do espaço urbano na orla de Porto Alegre, Brasil. Revista De Urbanismo, (42), 17–31. https://doi.org/10.5354/0717-5051.2020.54280